Sempre me confundiu verificar que o selo Ceres do 2 C,
laranja, em denteado 15 x 14, em papel cartolina, era catalogado com sobrecarga
Açores para aquele arquipélago e não era catalogado nos selos do Continente.
Selos de 2 C, laranja, denteado 15 x 14, papel cartolina com sobrecarga Açores
Sabia que o selo com sobrecarga Açores não era um selo
difícil. É até um selo que aparece com alguma frequência.
Intrigado ficava quando verificava que Guedes de Magalhães o havia identificado.
Intrigado ficava quando verificava que Guedes de Magalhães o havia identificado.
Castro Brandão indicou-o na sua primeira edição do estudo
Variedades dos Selos de Tipo Ceres e Lusíadas do Continente, mas já não o
mencionou na segunda edição do mesmo estudo.
O Engenheiro Miranda da Mota, profundo conhecedor e
estudioso dos selos ceres, não o referia no seu estudo Os Papéis dos Selos
Ceres de Portugal publicado na Convenção Filatélica.
O catálogo Simões Ferreira, ao que me parece, nunca o catalogou. Pelo menos não
consta nos catálogos mais antigos que conheço – 1936 e 1937.
O catálogo Eládio de Santos catalogava-o e atribuía-lhe cotação. Posteriormente passou apenas a cataloga-lo mas sem atribuição de cotação, dando a ideia de ser um selo não conhecido.
O catálogo de Portugal de Selos Postais – Numismática e Filatelia, Lda, de 1984, catalogava-o e atribuía-lhe uma cotação em usado, que na altura era cerca de doze vezes superior ao mesmo selo de denteado 12 x 11 ½ em papel cartolina.
O catálogo Afinsa nunca o catalogou.
Era uma situação que me deixava confuso. As probabilidades de efetivamente o selo existir sem a sobrecarga Açores era praticamente nula.
Era uma situação que me deixava confuso. As probabilidades de efetivamente o selo existir sem a sobrecarga Açores era praticamente nula.
Teria mesmo acontecido que os selos, naquele tipo de papel e
denteado, teriam sido todos sobrecargados com Açores?
Era uma situação possível, mas mantive sempre a ideia de que
não deveria ter sido assim, pelo que sempre vasculhei tudo na esperança de
encontrar um exemplar.
O curioso é que o selo tem a lápis, no verso, o número
correspondente ao catálogo Eládio de Santos, naquele papel e denteado, devendo
ter pertencido a alguma antiga coleção.
É mais uma casinha a abrir no catálogo…
Bibliografia:
- Magalhães, A. Guedes de,
Apontamentos Sobre Selos Ceres – A Cronologia das Tiragens para o Continente
- Brandão, A. de Castro,
Variedades dos Selos de Tipo Ceres e Lusíadas do Continente - Mercado
Filatélico do Norte de Portugal – Porto -1942
- Brandão, A. de Castro,
Variedades dos Selos de Tipo Ceres e Lusíadas do Continente – 2ª Edição 1956 -
publicado Mercado Filatélico – JAN/MAR 1973
- Mota, José Manuel Miranda da,
Os Papéis dos Selos Ceres de Portugal, Convenção Filatélica, Setembro 2003,
nº.6
- Catálogo Simões Ferreira, 1936;
1937
- Catálogo Portugal de Selos
Postais – Numismática e Filatelia, Lda, 1984
- Catálogo Eládio de Santos,
1950; 1992
- Catalogo Afinsa, 1990; 2013
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