segunda-feira, 17 de novembro de 2014

PAPEL AVERGOADO

   Normalmente a definição de papel avergoado é-nos transmitida pela seguinte expressão:

"Apresenta, quando examinado contra a luz, uma pauta de linhas paralelas"

   O Engenheiro Miranda da Mota define-o com aquela expressão.

   Castro Brandão apelidava-o de papel listrado.

   Pereira Leite seguia a definição que o catálogo Simões Ferreira lhe atribuía: Papel Avergoado (ou Estriado) é o papel que quando visto contra a luz, apresenta uma espécie de pauta a água, e ao qual os franceses chamam papel vergé.

   O catálogo Eládio de Santos descrevia o papel avergoado como um papel que apresenta à transparência uma série de soluções de continuidade na pasta, em forma de linhas, que podem ser horizontais ou verticais, ou ainda formar losangos ou quadrados.

   O catálogo Afinsa segue a definição do Engenheiro Miranda da Mota.

   Inicialmente o único selo Ceres identificado e catalogado neste tipo de papel era o 2 C, amarelo, da emissão de 1924 – 1926, o qual aparecia referido no catálogo Simões Ferreira, catálogo Portugal de Selos Postais e catálogo Afinsa. O catálogo Eládio de Santos não o catalogava. A partir de 2007, o catálogo Afinsa passou a catalogar também o selo Ceres de 2 ½ C, violeta, nos denteados 15 x 14 e 12 x 11 ½ em papel avergoado.
   O selo de 80 C, violeta - Afinsa 286 - existe igualmente em papel avergoado, assim como o 40s/2 C, amarelo - Afinsa 467 - mas este, claro, correspondente ao 2 C, amarelo, da emissão de 1924 - 1926.

   Este tipo de papel não é vulgar e é, na minha opinião, de difícil deteção. As linhas paralelas ou a pauta a água inseridas no papel são de uma perceção muito ténue, necessitando-se de uma observação muito atenta para se proceder à sua identificação.

   Para se ter uma ideia numa observação, será mais ou menos este tipo de linhas verticais a água que se verá no corpo do selo observando-o contra a luz:

 
    Os selos neste tipo de papel são bastante escassos.
Selo Ceres do 2 Centavos, amarelo, papel avergoado
 
 
 
 
 


Bibliografia:

- Brandão, A. de Castro, Variedades dos Selos de Tipo Ceres e Lusíadas do Continente - Mercado Filatélico

- Leite, M. Pereira, Ceres – Dois Mil Milhões de Selos em Trinta Anos de Circulação – Mercado Filatélico

- Mota, José Manuel Miranda da, Os Papéis dos Selos Ceres de Portugal, Convenção Filatélica, Setembro 2003, nº.6

- Catálogo Simões Ferreira, 1958; 1981

- Catálogo Portugal de Selos Postais – Numismática e Filatelia, Lda, 1984

- Catálogo Eládio de Santos, 1950; 1992

- Catálogo Afinsa, 2007; 2013
 
 

 

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O (RE)APARECIMENTO DE UM LARANJA


    Sempre me confundiu verificar que o selo Ceres do 2 C, laranja, em denteado 15 x 14, em papel cartolina, era catalogado com sobrecarga Açores para aquele arquipélago e não era catalogado nos selos do Continente.

Selos de 2 C, laranja, denteado 15 x 14, papel cartolina com sobrecarga Açores

 
 
    Sabia que o selo com sobrecarga Açores não era um selo difícil. É até um selo que aparece com alguma frequência.

     Intrigado ficava quando verificava que Guedes de Magalhães o havia identificado.
 
    Castro Brandão indicou-o na sua primeira edição do estudo Variedades dos Selos de Tipo Ceres e Lusíadas do Continente, mas já não o mencionou na segunda edição do mesmo estudo.
    O Engenheiro Miranda da Mota, profundo conhecedor e estudioso dos selos ceres, não o referia no seu estudo Os Papéis dos Selos Ceres de Portugal publicado na Convenção Filatélica.
    O catálogo Simões Ferreira, ao que me parece, nunca o catalogou. Pelo menos não consta nos catálogos mais antigos que conheço – 1936 e 1937.


    O catálogo Eládio de Santos catalogava-o e atribuía-lhe cotação. Posteriormente passou apenas a cataloga-lo mas sem atribuição de cotação, dando a ideia de ser um selo não conhecido.

    O catálogo de Portugal de Selos Postais – Numismática e Filatelia, Lda, de 1984, catalogava-o e atribuía-lhe uma cotação em usado, que na altura era cerca de doze vezes superior ao mesmo selo de denteado 12 x 11 ½ em papel cartolina.

    O catálogo Afinsa nunca o catalogou.

    Era uma situação que me deixava confuso. As probabilidades de efetivamente o selo existir sem a sobrecarga Açores era praticamente nula.

   Teria mesmo acontecido que os selos, naquele tipo de papel e denteado, teriam sido todos sobrecargados com Açores?

    Era uma situação possível, mas mantive sempre a ideia de que não deveria ter sido assim, pelo que sempre vasculhei tudo na esperança de encontrar um exemplar.

    Depois de tanto tempo de procura, finalmente encontrei em usado, um 2 C, laranja, denteado 15 x 14, em papel cartolina: 108/110 microns.

 
 
 
    O curioso é que o selo tem a lápis, no verso, o número correspondente ao catálogo Eládio de Santos, naquele papel e denteado, devendo ter pertencido a alguma antiga coleção.

    É mais uma casinha a abrir no catálogo…

 
    Bibliografia:
- Magalhães, A. Guedes de, Apontamentos Sobre Selos Ceres – A Cronologia das Tiragens para o Continente
- Brandão, A. de Castro, Variedades dos Selos de Tipo Ceres e Lusíadas do Continente - Mercado Filatélico do Norte de Portugal – Porto -1942
- Brandão, A. de Castro, Variedades dos Selos de Tipo Ceres e Lusíadas do Continente – 2ª Edição 1956 - publicado Mercado Filatélico – JAN/MAR 1973
- Mota, José Manuel Miranda da, Os Papéis dos Selos Ceres de Portugal, Convenção Filatélica, Setembro 2003, nº.6
- Catálogo Simões Ferreira, 1936; 1937
- Catálogo Portugal de Selos Postais – Numismática e Filatelia, Lda, 1984
- Catálogo Eládio de Santos, 1950; 1992
- Catalogo Afinsa, 1990; 2013
 

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

PAPEL AZULADO? NÃO É NÃO!


Qual é o papel, dito azulado, em que foram impressos os selos Ceres de ½ Centavo, preto, denteado 15 x 14, 2 Centavos, laranja, denteado 12 x 11 ½ , e 4 Centavos, verde, denteado 15 x 14?
Selo de 2 C, laranja, denteado 12 x 11 1/2, papel azulado
 
Sobrescrito registado de Outeiro ( 12/09/1920 ) para França, via Porto ( 13/09 ), com selos no verso do 1/2 centavo, preto, papel azulado, tira de três do 4 centavos, verde, papel azulado e selo de 1 centavo, castanho, papel amarelado, todos em denteado 15 x 14
 
 
O Engenheiro Miranda da Mota descreve o Papel Azulado como apresentando uma cor azul ténue que se nota nas partes não impressas do selo, o qual, ao ser observado contra a luz, apresenta um pontinhado horizontal irregular de maior ou menor grau de nitidez.
Efetivamente, na minha opinião, é um papel que apresenta uma característica própria, para além da sua tonalidade azulada, pois que a sua superfície, quando observada a luz rasante, apresenta pequeníssimos sulcos irregulares, que lhe transmitem o tal pontinhado irregular.
O que há escrito sobre estes selos:
Oliveira Marques diz:
 
1920 – Em fins de Março de 1920 inaugurou-se o “caos do papel”. No dia 31 desse mês e durante Abril, Maio e Junho surgiram, na Casa da Moeda, as seguintes qualidades:
 
1º. […]
 
2º. – Papel de estampilhas de imposto – talvez o azulado, visto que nesse mês se imprimiram selos de ½ C, 2 e 4 C, unicamente, sendo precisamente esses os que se conhecem em papel azulado. O picotado é 15 x 14 ou 12 x 11 ½, o que dá a entender tratar-se de selos impressos entre 1920 e 1922, ano em que se passou a utilizar só a máquina de 12 x 11 ½.
3º. […]
4º. […]
Portanto, entre 31 de Março de 1920 e 23 de Dezembro do mesmo ano, entraram na oficina de fabrico e saíram impressos selos, nas seguintes quantidades:
 
Março e Abril: Papel cartolina, papel azulado e papel amarelado} 75 resmas
Selos emitidos: ½ C – 8.280.000 – Abril
                             2 C – 1.140.000 – Abril
                                       5.600.000 – Maio
                              4 C – 5.040.00 – Abril
                                        1.350.000 – Maio
Alexandre Guedes de Magalhães escreve:
1920 – […]. Quase simultaneamente são utilizadas muitas outras qualidades de papel de descrição quase impossível. De entre todas, são facilmente identificáveis as apontadas a seguir:
[…]
Papel azulado, fino, 15 x 14
 
½ C preto
4 C verde claro
Papel azulado, fino, 12 x 11 ½
 
2 C laranja
[…]
Foram os exemplares usados que me fixaram o ano de aparecimento destes selos. De alguns valores pude ver quantidades suficientes, todos usados em 1920 ou posteriormente, outros valores incluo-os por critérios de simetria, nem sempre confirmado pelos factos.
Castro Brandão na 2ª. Edição de Variedade dos Selos Tipo Ceres e Lusíadas:
Fez algumas alterações em relação à primeira edição, tendo incluído o 2 C laranja em papel azulado no denteado de 12 x 11 ½ mencionando-o na emissão de 1917/1920. O ½ C preto, 15 x 14, em papel azulado, atribui-lhe a impressão em 1920.
 
Pereira Leite:
 
Refere a existência do papel azulado nas três taxas conhecidas, não indicando o ano de surgimento, limitando-se a assinalar o ano de emissão da taxa.
 
Miranda da Mota:
Para além do já referido sobre as características do papel azulado, classifica o selo de 2 C, laranja, denteado 12 x 11 ½, em papel azulado como um selo raro.
Os catálogos:
 
 

O catálogo Simões Ferreira e o catálogo de Portugal de selos postais, indicam a impressão do ½ C, preto, papel azulado, denteado 15 x 14, em 1920 e o 2 C, laranja, papel azulado, denteado 12 x 11 ½ e 4 C, verde, papel azulado, denteado 15 x 14, incluem-nos dentro dos selos emitidos na série de 1917/1920.
O catálogo Eládio dos Santos não atribui datas de impressão a estes selos, neste tipo de papel, incluindo o ½ C, preto, na emissão de 1912 e o 2 C, laranja e o 4 C, verde, na emissão que considera ser de 1917/1922.
O catálogo Afinsa é o único, e na minha opinião mal, que indica a emissão dos selos do ½ C, preto, e o 4 C, verde, em papel azulado, ambos em denteado 15 x 14, como emitidos em 1918. Está correta a indicação do 2 C, laranja, papel azulado, em denteado 12 x 11 ½ como emitido em 1920.
 
Vem isto a propósito do leilão nº.62 da leiloeira PDias, realizado no passado dia 19JUL14, relativamente ao lote nº.1224, composto pelo selo cuja imagem se segue, que se encontrava descrito no catálogo do leilão como selo Ceres de 2 centavos, laranja, CE 223, Papel azulado, denteado 12 x 11 1/2.


A foto do selo deixava dúvidas quanto à tonalidade e características do papel do exemplar apresentado. No entanto sei que não nos podemos orientar por imagens ou fotos devido às resoluções dos scanners ou máquinas fotográficas, que muitas vezes distorcem a real imagem.
Orientei-me pela descrição do lote e licitei-o.
O selo descrito é bastante raro, nomeadamente em estado novo.
O lote foi-me atribuído.
Quase dois meses após o leilão recebi o selo. Logo à primeira observação verifiquei, sem qualquer dúvida, que não se tratava do selo Ceres de 2 centavos, laranja, Afinsa 223, em papel azulado, em denteado 12 x 11 ½, mas sim um selo Ceres de 2 centavos, laranja, Afinsa 223, em papel acetinado. Um acetinado pouco comum, bastante macio.
De imediato comuniquei à leiloeira, via email, que o selo não era o descrito e de que iria proceder à sua devolução para que lhe fosse feita uma análise e, posteriormente, me fosse comunicado o que houvesse por conveniente, pois que na minha opinião, o selo para ser em papel azulado tinha de estar impresso no mesmo tipo de papel do ½ centavo, preto – Afinsa 207 – e 4 centavos, verde – Afinsa 226.
Alguns dias depois, o responsável da leiloeira enviou-me um email, onde amavelmente me explicou a sua versão sobre a classificação do tipo de papel do selo.
Disse-me que na primeira análise não tinha dúvidas quanto à determinação do tipo de papel, que era o que mais importava para o lote, ou seja o tipo de diferenciação do papel. Que numa analise técnica por comparação também não tinha dúvidas, embora, existissem exemplares com mais incidência no tom azulado do papel. Que o papel azulado empregue na taxa de ½ centavo, preto, nada tinha a ver com o papel utilizado nas taxas de 2 e 4 centavos. Tinham sido impressos em épocas diferentes, sendo que o papel utilizado em 1918 é sempre de tom muito mais azulado e forte que os de 1920. Numa análise técnica mais aprofundada confirmava tratar-se de tonalidade azulada, totalmente diferente dos papéis acetinados de 1920, tanto no toque como na qualidade do papel. Disse-me ainda que, mesmo que o papel do selo fosse acetinado, seria sempre a sua tonalidade a prioridade para atribuir o grau de raridade, no caso, papel azulado.
Mostrou disponibilidade para certificar oficialmente o selo.
Perante o que me foi transmitido e sabendo eu que a análise ao tipo de papel não estava correta, concluí que não me ia levar a nada acentuar a reclamação, a não ser, talvez, mais despesas. Acedi à emissão do certificado de expertização.
Tenho agora um selo com um certificado que diz que é o que efetivamente não é.
 

Para contrapor oficialmente aquela opinião, enviei o selo ao INEXFIP a fim de que fosse expertizado o selo e emitido o respetivo certificado.

Recebido o certificado verifico sem surpresa o resultado: papel acetinado.

 

Conclusões:

Que cada um tire as que julgar pertinentes.

 
Bibliografia:
- Marques, A.H.R. de Oliveira, História do selo Postal Português, Volume II
 
- Magalhães, A. Guedes de, Apontamentos Sobre Selos Ceres – A Cronologia das Tiragens para o Continente
- Brandão, A. de Castro, Variedades dos Selos de Tipo Ceres e Lusíadas do Continente - Mercado Filatélico
- Leite, M. Pereira, Ceres – Dois Mil Milhões de Selos em Trinta Anos de Circulação – Mercado Filatélico
- Mota, José Manuel Miranda da, Um(a) Laranja Amargo(a) para os Catálogos, Catálogo da XV Exposição Filatélica Nacional – Gaia 90
- Mota, José Manuel Miranda da, Os Papéis dos Selos Ceres de Portugal, Convenção Filatélica, Setembro 2003, nº.6
- Catálogo Simões Ferreira, 1958; 1981
- Catálogo Portugal de Selos Postais – Numismática e Filatelia, Lda, 1984
- Catálogo Eládio de Santos, 1950; 1992
- Catalogo Afinsa, 1990; 2013
 
 

domingo, 9 de fevereiro de 2014

SOBRETAXAS INVERTIDAS



     Mantém-se a informação de Oliveira Marques referente a esta série dos selos Ceres sobretaxados/sobrecarregados, não indicando grandes anomalias na sua impressão, por tanto, não relata a existência das sobretaxas/sobrecargas invertidas.

     Carlos Trincão considerava que as inversões das sobretaxas eram todas falsas. Castro Brandão refere-nos isso mesmo, no entanto, no seu estudo apresentado em “Variedades dos Selos de Tipo Ceres e Lusíadas do Continente” publicado na edição do Mercado Filatélico do Norte de Portugal – Porto - 1942, referencia a existência, na série, de selos com sobretaxa invertida, indicando-os praticamente todos os que hoje aparecem catalogados:

     10 C s/ ¼ C sépia

     40 C s/2 C laranja

     40 C s/2 C chocolate

     40 C s/3 C azul

     96 C s/1$20 verde

     Faltou apenas o 10 C s/ ½ C preto

    A variedade das sobretaxas invertidas não é referida no catálogo Simões Ferreira nem no catálogo Eládio de Santos, aparecendo apenas catalogada, em meados dos anos 80, nos catálogos Afinsa.

     Tendo na mão esta variedade, parece deduzir-se com facilidade o que terá ocorrido. A ideia é de que aquando da impressão da sobrecarga/sobretaxa, a folha ou folhas teriam entrado na impressora, invertidas, o que aparentemente é uma situação possível.

    Analisei, para além de exemplares meus, também alguns exemplares de colecionadores e comerciantes amigos que me facultaram a sua observação e a conclusão a que cheguei, relativamente a todos os exemplares que observei, é de que são todos falsos.

     Observando atentamente alguns selos com este tipo de sobrecargas/sobretaxas, encontrei dois tipos de sobrecargas invertidas:

     - Sobrecargas com tintagem muito idêntica às originais, mas com os carateres tipográficos em posições diferentes, causando por isso diferenças na sobrecarga se comparada com as sobrecargas dos selos tipo normais;

    - Sobrecargas grosseiramente apostas nos selos, muitas delas com bastantes defeitos e má impressão, algumas com carateres tipográficos diferentes dos originalmente utilizados nas sobrecargas autênticas.

     Nas sobretaxas ditas normais, à exceção dos selos sobretaxados com 4 C, cujos carateres também têm um posicionamento próprio, todos os outros – de 10 C a 96 C - apresentam a letra C na mesma posição se alinhada com a extremidade das barras superiores, o mesmo acontecendo com o ponto do lado direito. Os algarismos 0, 5 e 6, da composição das respetivas sobretaxas, também ocupam posições específicas se alinhadas com a extremidade das barras superiores. Os algarismos 1, 4, 8 e 9, que completam a constituição das taxas, têm também uma posição específica. Em resumo podemos dizer que as barras, algarismos e letras se encontram devidamente centrados e mantêm distanciamentos próprios entre si, formando um conjunto homogéneo sobre cada selo, cuja posição do conjunto pode ter oscilações de posição entre selos da mesma folha, mas não entre o conjunto dos carateres tipográficos da sobretaxa.

     Assim, se tivesse ocorrido por descuido, a entrada na máquina tipográfica de uma folha invertida, a sobrecarga que esta receberia, seria, como é óbvio, igual às sobretaxas normais, o que na realidade não acontece, observando-se, entre outros pormenores, diversas posições daqueles carateres tipográficos em selos de taxa idêntica. A tinta utilizada também difere da originalmente utilizada, embora em observação isolada seja difícil a sua deteção, pelo que este tipo de observação deve ser feito em simultâneo com exemplares normais.

    É de referir que atendendo à quantidade de selos por folha, estes selos são pouco comuns. As taxas que me parecem aparecer mais frequentemente são as do 10 C s/ ¼ C sépia, em mais do que um tipo de papel e tons de cor, e o 40 C s/ 2 C laranja, também em mais do que um tipo de papel e tons de cor. Também tenho a opinião de que são demasiadas as taxas conhecidas invertidas nestes selos, para que se pudesse aceitar uma impressão furtuita.

    Nunca vi o 10 C s/ ½ C preto invertido.

    Todos os selos das diversas taxas com este tipo de variedade – sobretaxa invertida - aparecem normalmente em selo isolado ou em pares horizontais ou verticais, existindo, no entanto, blocos de três e quatro exemplares. São raros os selos ( supostamente ) usados.
 
 
     Selos normais
 
 Sobretaxas invertidas
                                                                                                                     
     Selos normais
 
 Sobretaxas invertidas
 
    Selos normais
 
     
            Sobrecarga invertida
 
  Selos normais
 
    Sobrecarga invertida
 
   Selos normais
 
  Sobrecargas invertidas
 
Sobrecargas idênticas
 
            Uma particularidade que se observa com facilidade em alguns destes selos é a letra C inclinada à esquerda
 
 Carateres tipográficos diferentes