SOBRECARGA REVALIDADO INVERTIDA

   Com a quadra que apresento a cima, procuro chamar a atenção para a sobrecarga REVALIDADO que nesta peça se apresenta autêntica.

     Serve isto para que se compare esta sobrecarga com a sobrecarga do selo em baixo.

      A sobrecarga, apresenta-se invertida, sendo ao olhar de muitos colecionadores uma raridade. Um erro muito apetecível para integrar a coleção.

     No entanto, se se observar com atenção, verifica-se que esta sobrecarga não é autêntica.

    Repare-se que da letra R à letra L há um desalinhamento descendente, estando a letra I ligeiramente subida entre o L e o D.

        Observe-se o nivelamento da sobrecarga na quadra:

      Agora  no selo da sobrecarga invertida:

    Parece mínimo, mas é o que denuncia a falsificação. Em tipografia não é possível existir desalinhamentos dos carateres tipográficos quando devidamente montados. Não abanam, não trocem, não caem. Em observação mais atenta, vemos que as próprias letras, embora parecidas, também não são as originais.

   Chamo à atenção, que estes selos CERES, foram sobrecarregados e sobretaxados  em 1928/29. Logo após terem sido postos em circulação, foram detetadas as variedades das barras, que os catálogos da época logo referenciaram e posteriormente catalogaram.

        Dos restantes "erros" hoje conhecidos não houve notícia. Aparece a primeira sobrecarga dupla catalogada em usado, no catálogo Simões Ferreira, em meados dos anos sessenta, no selo de 80 s/48. Esta sobrecarga é no entanto um repinte e por isso autêntica. Até desaparecer, no início dos anos 90, o catálogo Eládio de Santos, catalogou apenas essa sobrecarga dupla. Não eram catalogadas sobrecargas ou sobretaxas invertidas. 

   Se existem tantas anomalias nesta série de selos sobretaxados / sobrecarregados porque é que estas variedades só aparecem no mercado mais de cinquenta anos depois da emissão da série? 

          Aconselho o colecionador, que aprecie este tipo de anomalias, que antes de gastar dinheiro, se dedique ao estudo destas impressões e se interrogue como é que elas terão ocorrido. Procure e estude o trabalho dos homens encarregues destas sobretaxas / sobrecargas com outros trabalhos deles, do mesmo tipo, em outros selos. Se se debruçar com atenção sobre estas impressões, por certo virá a descobrir que, para que este tipo de sobrecargas / sobretaxas fossem autênticas, teriam de existir outros pormenores na impressão, os quais autenticariam a sua autenticidade. No entanto esses tais pormenores, muito importantes, não aparecem.

        Na minha opinião, nesta série de selos CERES, à exceção de mais ou menos meia dúzia de sobretaxas / sobrecargas duplas e deslocadas, todas as restantes sobretaxas duplas, invertidas, omitidas, transviadas e de falta de carateres, são todas falsas.